Sexagésimo oitavo dia - arrancando estevas


Mais um dia sem história. A chuva que não chegou a cair deixou o empreiteiro em casa. De manhã aproveitei a ida a Freixo para dar boleia à tia Clementina e ao pai do Zé Manel. À vinda, enquanto a Clementina ia ao serralheiro resmungar por uns estores que em vez de alumínio eram de plástico, passei no carpinteiro para reescolher os puxadores, tarefa feita a correr na semana passada.

A Fidalga, contaram-me, ladrou a noite toda. Quando cheguei ganiu o que pode expulsando o Trovão da eira. Tratava com paninhos quentes uma pele de javali. Cheirava e lambia-a, como que com medo que desaparecesse.

o Obélix de Martim Tirado
(foto)

Almocei na casa da Clementina. Quando cheguei o marido desfazia ramos de urze - é para fazer chá, diz o médico que faz bem à próstata.

chá de urze. Para a próstata
(foto)

A tarde passei-a no pinhal, enquanto não chovia. O meu lado obsessivo-compulsivo começa a vir ao de cima e, para além de ter começado a arrancar tudo o que não sejam pinheiros ou carrascos (quase só estevas), passei a fazer montes encosta acima com o mato apanhado, à mesma distância uns dos outros, e a empilhar os toros cortados contra um pinheiro. A motosserra não se encharcou desta vez, cortou gloriosamente até se acabar a gasolina.

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