Octogésimo segundo dia - crivando


Trouxe comigo a motosserra. Ontem tinha cortado, com a serra de cabo comprido, algum ramos secos dos olmos, e achei que hoje era o dia em que cortava os olmos mortos pela malina. Ao fim de algumas peripécias (falta de gasolina e óleo, motosserra engasgada) tinha dois olmos tombados sobre o caminho. Ia para desmontar as árvores quando achei que era altura de apertar a corrente. Quando desisti tinha meia motosserra desmontada. E duas árvores tombadas sobre o caminho. Sem a motosserra, peguei na serra de podas e desmanchei a árvore à pata. 

Como algumas das lousas se soltaram, segui o conselho do empreiteiro e comecei a encher as juntas com terra. Encontrei um crivo deixado pela minha avó na casa do avô velhinho (o meu bisavô). Enchi um balde com terra, crivei-a e pu-la sobre as juntas. Reguei tudo e repeti a dose. A Clementina, sempre previdente, veio repetir-me que a chuva ia levar tudo, se eu queria tinha era de pôr barro.

crivando
(foto)

uma primeira achega
(foto)

Andava eu nestes preparos e chegou o carpinteiro. Pela primeira vez, alguém que diz que o pavimento talvez fique bonito. Falámos de revestimentos, de métricas e de ripados, do parvo do arquiteto e as suas medidas irreais. Já o Bruno ia de saída e chamou-me. Então a motosserra? Homem santo, o Bruno. Curou-me a motosserra e aliviou-me a alma.

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