Centésimo décimo quarto dia - pontos


Azulejos trocados. Chuva que passa e não cai. Fim de tarde no hospital. Concerto no Côa. Muita coisa? Passo a explicar.

Depois dos meus pedidos lacrimejantes, o senhor do pladur lá mandou dois funcionários diligentes para dar conta dos azulejos das casas de banho. Chegaram tão cedo que me apanharam ainda na cama. Sete e quarenta, cos diabos. O plano para o dia consistia em fechar com azulejos as paredes que levavam sanita, lavatório ou chuveiro, para na próxima semana entrar o picheleiro. Os azulejos já traziam o tamanho certo; quanto à cor, ... A cor dos azulejos da casa de banho de baixo tinha pouco ou nada que ver com a cor da madeira já aplicada (lição do dia - se queres usar a mesma cor em dois materiais diferentes, esquece. mais vale ir por duas cores diferentes logo à partida). A manhã ia avançando, o choque mantinha-se, e surgiu a dúvida: foram os azulejos que vieram mal ou foi a madeira pintada da cor errada? Telefonema ao carpinteiro, que me garantiu que a cor que escolhi era aquela. Mais um 'problema' que tenho de adiar. Se a teima persistir pinta-se a madeira de outra cor e está feito.

azulejando

Na casa de banho de cima, outro problema. O mdf pintado é bonito, os azulejos são bonitos, mas em conjunto fazem um pandan que não sei se me agrada. A ver amanhã, com as juntas feitas.

da sala para o quarto

Passei grande parte do dia à volta dos senhores do azulejo. Percebi logo de início que o acompanhamento tinha de ser tão intenso que não iria conseguir concentrar-me no saibro. Percebi também que aquela dor de cabeça não ia fugir tão cedo. A meio da tarde, com os azulejos avançados, avancei para o saibro na cozinha.

Já de saída de Martim Tirado, o Luís apontou para longe. Que vinha chuva. De facto, uma nuvem de saia encimava uns montes para norte. Aquilo é o quê, Estevais? Mais para norte. Deve de ser Meirinhos. E a chuva vem por aí abaixo? Não, não deve vir não. Passado um pedaço, estava eu a entrar de novo na escola, e caíram umas pingas. Tinha ido à entrada abrir a água, procedimento obrigatório porque a torneira da casa de banho está partida e tem de se desligar a corrente quando não se está a usar a água. Mas eu tinha de lavar  loiça, por isso a água corrente era essencial. Tenho lavado a loiça na casa de banho, e os antigos cabides dos alunos servem como secador de loiça.

Ora uma tijela travessa, com a vertigem do abismo, escorregou-se-me das mãos. Movimento reflexo, a minha perna moveu-se na direção da tijela em queda, imitando certamente algum domínio de bola do Messi. A famigerada da tijela, para além da desconsideração de se partir, fez questão de o fazer no momento em que embateu na canela. O corte era feio, e mesmo antes de brotar o sangue percebi que era coisa séria. Desandei rua abaixo, à procura dos únicos vizinhos que restam aqui, o tio Avelino e a mulher. Lá me safaram com algodão e irudoid.

De seguida para Foz Côa, para um concerto no museu. E uma ida às urgências. A ferida cura, mas os quinze euros da urgência num sei nom.

museu do Côa

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