Cartão profissional

Acabei o desenho para os cartões profissionais, e entretanto já chegaram os carimbos. Quando der mostro o resultado.

frente

verso

Terceira semana de outubro

Tirei algumas fotos, para ter a certeza de que era verdade. Aqui estão.

Zona de refeições

A cozinha

Zona de refeições

Zona de refeições

Centésimo quadragésimo quinto dia - fim

Ao abrir a porta, aquela ténue sensação de que a obra estava terminada começou a apoderar-se de mim. Nem com chuva nem com nada nós iríamos parar.

E assim foi. A obra está terminada.

Centésimo quadragésimo quarto dia - desencontro

O patrão dos do pladur telefonou-me às oito. Sem pré-aviso, baseado numa conversa da semana passada, mandou os homens para a obra, comigo fora e com a Clementina, dona da chave, na horta, a uma hora de distância por montes e vales. À falta de chaves, tivemos de adiar a segunda demão.

Cheguei só depois do almoço, contentíssimo por ter arranjado novo obreiro. Dedicámo-nos a tirar a fita-cola que faltava, mal chegámos, e a limpar tudo, e a colocar as prateleiras nas cabeceiras e a encaixar as gavetas das camas. Quando saímos já eram quase as oito. Noite profunda.

Centésimo quadragésimo terceiro dia - fenómeno

Com carpinteiros e eletricistas na obra, pouco pudemos avançar no trabalho do chão. Na carpintaria pouco ficou a faltar. Algumas ferragens, um outro pormenor de pintura. O escano foi ao sítio, se bem que um dos tampos tem de ser corrigido. Na eletricidade, um fenómeno. Com os candeeiros da cozinha já ligados à corrente, um dos eletricistas veio chamar-me. Ligavam as luzes e apenas a do canto, que tem um interruptor próprio, se acendia. Damos-lhe um toque (nas outras) e já acende. Será mal contacto, pensei eu? O eletricista insistia em mostrar-me. Dá-se um toque e acende. Está a ver? E, de tanto mexermos, percebemos que um toque ligava, o segundo toque aumentava a intensidade da luz, o terceiro toque aumentava ainda mais, e o quarto toque desligava. Mistério. Será provocação? Estariam os candeeiros a gozar connosco? Só a vinda do engenheiro resolveu a contenda. Munido de uma chave, abriu um dos candeeiros e concluiu que se tratava de um sistema próprio, de toque, de controlo da intensidade da luz. Posso cortar? Cortou e tudo ficou resolvido.

à vez

Centésimo quadragésimo segundo dia - especial

Com os prazos a apertar, fui obrigado a vir trabalhar ao domingo, juntamente com um obreiro muito especial. Chegámos depois do almoço. Eu comecei no quarto de baixo a montar a cama, enquanto que o obreiro atacou a fita-cola no quarto de riba, já munido da espátula, essa arma essencial no desembaraçar da fita. Voltámos depois do jantar. Ficou o quarto de riba quase pronto.

quarto de baixo

quarto de cima

Centésimo quadragésimo primeiro dia - descobrimento

Dia de dar a primeira demão nas paredes. Seria dia para dar ambas as demãos mas, para não variar, houve descoordenação entre as duas equipas e os remates junto às janelas ficaram por fazer e etc. e ainda não foi desta que acabaram.

Passei o dia a tirar fita-cola da madeira do quarto de baixo. A técnica, à base da unha e da navalha, não me pareceu muito eficaz.

quarto de baixo

quarto de baixo

Ao procurar a Clementina para me ajudar com as uvas, a irmã ofereceu-me peras. Mas que as apanhasse eu, pois está claro. Trouxe comigo uma caixa cheia de fruta.

Centésimo quadragésimo dia - luz

A tia Alcina mostrou-me, orgulhosa, a criação da garniza. Onze pintos! Eram onze ovos, tão cá todos, são onze pintos!

os pintos da tia alcina

Mais um dia de trabalho intenso. Desta feita, carpinteiros e eletricistas, e eu pelo meio para complicar. Na carpintaria apenas remates. Arestas por pintar, portas de armários por aplicar, etc. Aproveitando a mão-de-obra presente, aproveitei para colocar os espelhos na casa de banho. Já para os eletricistas os desafios montavam (tanto que o serviço ficou por acabar).

trabalho contínuo

Durante a manhã insisti nos móveis. Já que não posso ainda montar as camas (tenho de as montar dentro dos quartos), comecei a montar as gavetas das já referidas camas.

O resto do dia passei-o a acompanhar os obreiros (temente da repetição de situações como a do armário de baixo, que mereceu hoje mais uma reunião de trabalho).

Quando os eletricistas deram o caso por terminado, já perto das seis, entrei eu em ação. Era hora de dar a segunda de verniz no quarto de baixo, munido de uma novidade: luz elétrica! Assim, pude trabalhar até às oito e um quarto.

primeira foto noturna. qualidade zero

Centésimo trigésimo nono dia - louva-a-deus

À falta de obreiros para orientar, virei-me para o verniz em falta no quarto de baixo (primeira camada) e na cozinha (segunda camada).

a cozinha

Chegado ao fim da tarde, sem mais que fazer, continuei a apanha da amêndoa. A tia Clementina colocou a amêndoa da semana passada a secar na eira. O tio Luís estava a descascar a amêndoa que apanhei hoje e juntei-me a ele. O tio Amílcar fez igual.

é amêndoa, trovão. não morde

A escola é um zoológico de pequenos animais. Hoje foi a vez do louva-a-deus.

louva-a-deus regressa à escola

Centésimo trigésimo oitavo dia - norden

Dia sem história. De manhã passei pela Câmara de Moncorvo para pedir a licença de habitabilidade; a tarde passei-a a montar móveis. Estou a montar todos os móveis menos as camas, a montar já dentro da casa depois de pintadas as paredes. Estou a gostar de usar a casa do meu avô como oficina (casa do fogo, chamávamos-lhe quando éramos putos), escondido da atenção do mundo por uma parreira e um pessegueiro.

mesa norden

O barro do quarto de baixo ainda não secou totalmente, apesar de a Clementina ter aberto portas e janelas todos os dias desde sexta. Para aumentar a circulação de oxigénio (que garante a secagem do barro) abri também as claraboias.

Lá fora os morcegos fazem mais barulho do que nunca. Já deviam saber que não se fala com a boca cheia.