Primavera

E eis que chegou a primavera, época de regresso de muitas das aves que dão cor aos campos em redor da Quinta dos Baldo. Tempo também de árvores engalanadas das mais belas flores, e quando caminhar é uma necessidade e todos os incríveis recantos que Portugal tem para oferecer parecem ao alcance dos pés.

Primavera na Quinta dos Baldo. É desta?

(José Manuel Flores©)

Rota de Balsamão - Chacim

Seguimos para a Rota de Balsamão com grande parte da papinha feita - afinal, a página da Câmara de Macedo tem todas as rotas muito bem detalhadas, a informação bem disposta, etc. E tem uma rede de percursos pedestres, coisa que muitos concelhos não podem dizer de si mesmos. A ideia inicial era trilhar na Serra de Bornes, mas a rota era um pouco comprida, por isso ficamo-nos pela Rota de Balsamão, com os seus 4,8 km e (aparente) facilidade em ser percorrida.

Começámos no sentido contrário aos ponteiros do relógio, subindo diretamente ao Convento de Balsamão, ao longo da via sacra. Todo o caminho está mantido e tem em na sua extensão várias espécies exóticas. De destacar a figueira-da-Índia, em quantidades invulgares, e com parte das suas folhas grafitada pelos jovens apaixonados da região. Logo no início da subida duas azinheiras majestosas destacavam-se. Quase se diriam sobreiros, pelo porte, mas a falta de cortiça denunciou-os. Aí ainda não o sabíamos mas as azinheiras seriam uma constante em todo o percurso. 

Chegando ao topo encontramos o Convento de Balsamão, ainda ativo e bastante cuidado. O percurso segue pelas imediações da igreja, onde é mantida uma pequena quinta, com horta e animais domésticos. Apesar de este momento ter algo de bucólico, é depois do Convento que o percurso ganha realmente interesse.

Num dos poucos momentos em que tivemos dúvidas quanto ao percurso (a rota é muitíssimo bem sinalizada), apercebemo-nos que o caminho era encosta abaixo, pelo meio do mato autóctone que está presente em toda a encosta. Por um caminho não pavimentado mas sempre livre de vegetação, seguimos pelo meio dum azinhal cuidado, primeiro bastante aberto, depois muito mais denso e selvagem, com medronheiros e gilbaldeiras a preencherem o coberto vegetal. Daí para a frente segue-se uma sucessão de descobertas de trilhos, estradões, campos, matagais, percursos ribeirinhos, subidas e descidas, sempre com a presença majestosa do Convento de Balsamão, encimando uma colina cónica a lembrar contos de fadas e fantasia. Nem a chuva transformou este percurso em algo menos que uma experiência memorável. A repetir, certamente.



Aqui está o percurso no Waymarked Trails. E aqui estão as fotos. A Rota, como sempre, fica disponivel na barrinha à direita.