Da cumeeira da tia Baldo se fez uma senhora saboneteira

Já desde a altura da demolição que olho para o que restou de madeiras da casa da tia Baldo a tentar perceber como dar-lhes uma nova vida. Sobrou algo dos armários, e sobretudo muita madeira das coberturas. Esta madeira tinha ficado encostada ao contentor durante bastante tempo, e para alindar um pouco mais o exterior da casa (e como os homens do lixo, obviamente, não tocaram na madeira), serrei e arrecadei todas os caibros, cúmeos e tábuas que sobraram.

O recheio da casa nova, comprado quase inteiramente no IKEA, foi sempre visto por mim como algo de transitório. Ponho aqui este mobiliário barato e bonito, e ao longo dos anos vou trocando móveis e acessórios por outros com mais valor, sentimental ou estético.

De muito olhar para as madeiras sobrantes lembrei-me de cortar pedaços dos cúmeos e, aproveitando a madeira boa do seu interior, fazer peças que pudessem tornar a Casa mais atraente para os seus hóspedes.

E assim se fez esta saboneteira, primeira de muitas. A madeira ainda não está bem identificada (o vizinho disse que seria pinho, mas não me parece uma madeira muito utilizada nas cumeeiras). Depois de sacado um pedaço (com uma serra e uma enxó), o trabalho seguinte passou por lixar e escavar (com uma navalha normal e uma faca de fazer colheres, de lâmina curva). Mantive a forma original e as faces queimadas pelo fumo. Fez-se o furo para escoar a água, alteou-se a base (para que a água não empape) com batentes pequenos e, por fim, dei-lhe duas camadas de óleo mineral, (mais uma vez) comprado no IKEA. Et voilá:


(mais fotos no flickr)

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