Preçário 2016

Este é o nosso preçário para 2016. Como prometido os preços mantêm-se, e apenas fizemos um ajustamento na definição de época alta / época baixa. Estamos abertos o ano inteiro. As alturas com um clima mais ameno são a primavera e o outono, mas Martim Tirado é bonito o ano inteiro.


Agora o Público

No espaço de um mês e pouco Martim Tirado foi referida nos dois jornais de referência em Portugal. Primeiro no Expresso, realçando a belíssima qualidade do nosso céu; depois no Público, com o trabalho feito pelo Arquivo de Memória na aldeia. A Isaltina e a Elisa, com todo o mérito, estão destacadas.




Estamos no Expresso

Com algum atraso, é certo, mas aqui ficam as imagens da nossa primeira aparição na imprensa escrita:




Não nos perguntem como aconteceu - na realidade, se alguém souber, que nos diga. Como é habitual, a ligação fica guardada na barrinha da direita.

Árvores com história: Ulmeiro [Ulmus minor]


"Quando Joana Carda riscou o chão com a vara de negrilho, todos os cães de Cerbère começaram a ladrar…” (José Saramago, 1994). Assim começa a “Jangada de Pedra” do nosso Nobel da literatura, dando relevo a uma árvore outrora muito comum e que hoje vai rareando. 

Conhecida entre nós como “Avelaneira-brava”, “Lamegueiro”, “Mosqueiro”, “Negrilho”, “Olmeiro”, “Olmo”, “Ulmeiro-das-folhas-lisas”, “Ulmeiro” e “Ulmo” falamos de uma espécie cuja origem gera alguma controvérsia. Para uns trata-se de uma espécie autóctone, que em tempos se estendeu a todo o país (sobretudo no Norte), para outros de um arqueófito (espécie que terá sido introduzida numa época anterior aos Descobrimentos, possivelmente ainda na proto-história, no milénio I a.C.). 

Trata-se de uma árvore de folha caduca, de copa ovóide, arredondada ou algo irregular, podendo atingir facilmente os 20 m de altura e, não raramente, os 30 m. Rebentando facilmente de touça, apresenta uma casca cinzenta, fissurada. As suas folhas, simples, ovadas, alternas, podendo medir entre os 8,5 e os 12 cm de comprimento por 6 cm de largura, são pontiagudas de margem dentada ou serrada, apresentando uma base assimétrica que é característica do género. As inflorescências são cimos (tipo de inflorescência que lembra um glomérulo e que termina numa flor) densos compostas por flores rosa-purpúreas que produzem frutos (sâmaras) orbiculares a ovados com 20x17 mm e que apresentam a semente no seu terço superior. 

Comum em quase toda a Europa, Norte de África e Ásia ocidental, é uma espécie que gosta de luz, preferindo os solos profundos, férteis, ocorrendo junto a linhas de água, fundos de vales e em bosques mistos, podendo chegar até aos 1700 m de altitude. Tolerando a exposição marítima e resistente à poluição atrai numerosos insectos (especialmente lepidópteros) que dele se alimentam. Floresce usualmente entre Fevereiro e Março e os seus frutos amadurecem entre Abril e Maio. 

A espécie (como todas as demais do género) tem estado em declínio constante, um pouco por todo o mundo, devido a uma doença designada grafiose (DED - Dutch Elm Disease, em inglês) que matou milhões destas árvores um pouco por todo o mundo (para se ter uma ideia, só no Reino Unido e desde os anos 70 a doença já matou cerca de 26 milhões de ulmeiros). Trata-se de uma doença provocada por fungos que são transportados por escaravelhos que se alimentam da madeira. 

Na mitologia os ulmeiros encontram-se relacionados, na maioria das vezes, com a morte ou com a administração da justiça ou ambos e, como quase sempre, são os clássicos gregos que nos dão conta dos primeiros registos escritos sobre a espécie. 

Na Grécia antiga os ulmeiros estavam relacionados com o cultivo das vinhas, as quais cresciam sobre estas árvores, que lhes serviam de tutores. Ao longo do tempo foram adquirindo outros valores simbólicos, considerando-se que eram plantados por ninfas, filhas de Zeus, o que conferia ao ulmeiro o valor de uma espécie sagrada. Este estatuto figura na Ilíada de Homero (Livro 6): os ulmeiros bordam o túmulo de Eécion, rei de Tebas na Mísia, morto por Aquiles. 

Tal como para os gregos, para os antigos ingleses, suíços e alemães o ulmeiro estava ligado à morte e passagem para outra vida e ainda hoje a madeira desta espécie (talvez devido à sua resistência) continua a ser usada para a confecção de caixões. Na mitologia nórdica, sobretudo germânica, a mulher tinha origem no ulmeiro e o homem no freixo. Pelo contrário, na região do Mediterrâneo, o ulmeiro apresentava-se como uma figura de masculinidade, ligada ao vinho e à dignidade. 

Os romanos, muito mais práticos que os “científicos” gregos, e especialmente muito mais interessados em benefícios, disseminaram a cultura da vinha apoiada no ulmeiro que se estendeu a todo o império só sendo abandonada nos séculos XVI e XVII, à exceção da Itália, onde se manteve. Por outro lado, achavam que os ulmeiros tinham capacidades de adivinhação por entenderem que estimulavam os sonhos (a árvore estava consagrada a Morfeu). Na Idade Média, juntamente com o carvalho, foi-lhe dado um novo significado: debaixo da sua copa administrava-se a justiça, costume que se alargou a Portugal, onde a imponência desta árvore conferia dignidade aos actos. 

Dotado de uma madeira “dura, mas fácil de trabalhar”, a qual depois de molhada pode ser moldada, o negrilho foi usado em Portugal sobretudo na construção e mobiliário, apresentando-se como uma árvore economicamente importante. Da sua madeira produziram-se deques, soalhos, mesas, cadeiras, balcões, partes de arados, carroças, carruagens, suportes para armas e muito outros instrumentos. 

Devido à sua resistência à humidade foi usado para construir partes de barcos (ainda hoje é uma das madeiras preferidas para estes fins) e, sendo extremamente resistente, era usado em todos os componentes de utensílios e objectos que necessitassem resistir à pressão e ao movimento, incluindo rodas de carroças e carruagens, suportes de tracção, etc. 

Por outro lado era costume que, chegado o final do Verão, se colhessem ramos e folhas. As folhas eram usadas para alimentar o gado (especialmente ruminantes e suínos) e os ramos para servirem de estacas nas culturas. Em momentos de necessidade também os humanos consumiam as folhas (tanto na forma de sopas como em saladas) ou farinhas, obtidas a partir da casca. 

Podendo crescer e atingir proporções majestosas, o ulmeiro era uma das árvores mais imponentes da nossa paisagem (antes da grafiose) e daí ser dito, nas nossas lendas, que local onde existissem ulmeiros podiam existir bandidos, os quais se ocultariam nessa magnífica árvore. Mas não acredite em tudo o que se diz. Do ulmeiro espere uma linda e fresca sombra e uma beleza, hoje escassa, que merece fazer parte da nossa paisagem natural e da sua implementação em parques e jardins. 

Rubim Almeida, publicado no Projeto das 100.000 Árvores.

Prática de astronomia amadora em Martim Tirado - Céu escuro, com estrelas brilhantes - Rio d'Ouro

Bem-vindo.

Neste lugar, numa noite de céu limpo e escuro, se observar o brilho das estrelas e dos astros e simultaneamente meditar sobre os eternos enigmas que encerram, porventura encontrará o que há muito estava procurando: inspiração celeste para escrever um poema com uma beleza nunca vista, o poema da sua vida.

As estrelas e os astros iluminam a Terra desde há milhões de anos, e também iluminaram o espírito humano na observação e interpretação do universo e na admirável criação da cosmologia das civilizações. A luz celeste está também associada à criação do Mundo, quer do ponto de vista religioso (“faça-se a luz”) quer à origem do Universo (Big Bang), do ponto de vista científico.

Com a chegada da iluminação pública às cidades, vilas, aldeias e lugares, foi-se apagando ou diminuindo o seu brilho. Hoje, na Europa, as zonas de céu verdadeiramente escuro e limpo são, infelizmente, uma raridade.

Agora as crianças conhecem os corpos celestes através das fotografias dos livros porque, em regra, a poluição luminosa do lugar onde vivem não lhes permite vê-los directamente, ou vêem-nos com uma luz débil.

Porém, em lugares longínquos dos centros urbanos, há ainda pequenos territórios de noites escuras, onde se pode observar a harmonia e a beleza natural do Universo, povoado de corpos brilhantes.

Este ambiente ajuda-las-á a desenvolver a sua imaginação e criatividade, a compreender as leis do Universo, ao som de uma música suave trazida pelo vento não se sabe donde, e poderão escrever um poema de brilho original. 

Em 2001 foi publicado por Cinzano, Falchi e Elvidge o mapa do brilho do céu do globo. Os dados do mapa foram obtidos a partir de fotografias de satélite. Analisando esse mapa, facilmente se percebe que Martim Tirado se situa num dos poucos territórios de céu verdadeiramente escuro do Norte de Portugal:


Em Janeiro de 2015, Raul Cerveira Lima (ESTSP/IPP), investigador da Universidade de Coimbra na área da poluição luminosa, procedeu a medições do brilho céu nocturno no território indicado, extraindo- se das conclusões do seu relatório o seguinte:

Os primeiros resultados indiciam um céu de muito boa qualidade (valor médio da região acima de 21.50 mag/arcsec2, valor acima do valor de referência de 21.00 mag/arcsec2* usado para a classificação de reservas de céu escuro com nível “Silver” (segundo dos três níveis “Gold”, “Silver” e “Bronze”) pela International Dark-Sky Association (IDA) e referência também para classificação de reservas de céu escuro pela Starlight Foundation.

Indica-se, através do mapa das estradas, o local onde se obteve o valor mais elevado (21,60 mag/arcsec2), ao lado do entroncamento da estrada municipal de Martim Tirado com a estrada N221:



Aí, na berma da estrada municipal, em frente a uma paragem de autocarros, pode estacionar o seu automóvel. Um céu com aquela qualidade pode ser observado a olho nu, com binóculos ou com telescópio, nos dias sem luar intenso e sem nuvens altas.

António Júlio Lopes

*Um valor elevado de mag/arcsec2 corresponde a um brilho do céu menor, ou seja, a um céu mais escuro.

Preçário 2015

Aqui está o nosso preçário para 2015. Um pouco mais complexo que o anterior, mas também mais equilibrado. Os preço máximos sobem, os mínimos mantêm-se. Esperamos continuar a ter uma relação preço-qualidade imbatível, e a trazer novos exploradores para o Douro Internacional.